sábado, 11 de dezembro de 2010

Práticas Avaliativas

A imagem me lembra uma velha expressão de "abrir a cabeça do aluno e colocar o conteúdo lá dentro". Dizia-se isso quando todas as opções metodológicas não haviam funcionado e o aluno ainda não teria compreendido o assunto, abrir sua cabeça e colocar o conteúdo lá dentro seria a única alternativa possível, na realidade, é uma crítica, já que tal prática é impossível.

A princípio, me parece que é aquela velha concepção de que o professor é o detentor absoluto do conhecimento e a avaliação seria a forma de conhecer o que há na cabeça do aluno e consertar, com o auxílio da ferramenta, aquilo que estivesse errado.

Por outro lado, pensando em práticas avaliativas, podemos considerar que a figura sugere uma avaliação do conhecimento do aluno, o suposto professor observa o que há na cabeça do suposto aluno, utilizando uma ferramenta para isso. É o que fazemos cotidianamente em nossa prática pedagógica, avaliamos o que o aluno conseguiu reter, em relação ao conhecimento adquirido sobre determinado conteúdo, utilizando ferramentas para atingir objetivos específicos (avaliações, portfólios, fóruns, seminários, etc.)

Enfim, creio que os dois pontos de vista são válidos.

sábado, 27 de novembro de 2010

O chat, agora com minhas palavras

Para o planejamento de um bate-papo, é necessário prever o tempo, o número de participantes e o(s) tema(s) do chat. Essas informações devem ser previamente repassadas para os alunos e o horário combinado com eles. É imprescindível que o tutor prepare-se para o bate-papo, no sentido de estudar, ler atentamente a aula ou texto que será abordado no chat. Essa preparação deve ser feita no intuito de planejar idéias a ser discutidas, questionamentos e reflexões, além de “antecipar” ou “prever” eventuais dúvidas que possam surgir.

Isso por que muitos alunos aproveitam o momento do bate-papo para tirar dúvidas ou esclarecer algo que não ficou muito evidente na aula ou no texto. Muitos pedem dicas ou informações sobre como fazer os portfólios. Essas perguntas são bem comuns em minhas disciplinas, e são compreensíveis, pois esse momento realmente se assemelha muito a um encontro presencial, onde uma pergunta puxa outra e podemos esclarecer as dúvidas no momento em que o aluno está presente no chat, evitando ambigüidades e falhas de interpretação das mensagens. O cuidado a ser tomado nessas ocasiões é de não desviar muito o tema do chat e se o assunto é inevitável, não deixar que ele comprometa o tempo do chat, que é bem curto. Assim, as respostas devem ser o mais claras possível.

A interação entre os participantes, em geral quando a turma já é veterana, se dá espontaneamente, eles mesmos conversam entre si, concordando, discordando, questionando. Mas o tutor, como mediador dessas discussões, pode se dirigir diretamente àqueles alunos que não estiverem se manifestando, enviando-lhes perguntas sobre o comentário de um colega no chat, pedindo para que dê sua opinião, etc.

É comum entre os alunos que já passaram por mim chamar o chat de “chato”, por motivos diversos: conexão lenta; instabilidades do sistema, que resulta na não visualização das mensagens ou na “queda” do bate-papo; excesso de pessoas no chat, que resulta na demora ou ausência de respostas por parte do tutor. Muitos acabam participando apenas por obrigação (a questão da freqüência) e outros simplesmente não comparecem e dão uma desculpa qualquer.

Sobre essa questão, é importante mostrar aos alunos a importância do chat, não só a presença, a carga horária, mas salientar que o chat é um momento de proximidade com o tutor e com os colegas, um momento de interação e diálogo, um momento de ampliar conhecimentos.

As regras de um chat

Também durante o curso me foram passadas as seguintes informações, que gosto de repassar para os alunos:

 O Chat só permite o acesso de pessoas que sejam cadastrados no ambiente. É necessário entender que as mensagens enviadas são de autoria e total responsabilidade de quem as envia.
 Qualquer indicação de utilização do Chat para fins não definidos nos objetivos do curso, poderá gerar suspensão do Chat ou o chamar a atenção do usuário.
 O tempo disponibilizado num Chat para discussões de aprofundamento é curto, pois isto é necessário que o grupo possa acompanhar as discussões com paciência e interferindo nas falas de maneira pertinente.
 Caso você tenha alguma dúvida sobre o canal, chat e sua utilização, pergunte antes ao seu Tutor.
 Não fazer "flood" (envio de blocos de mensagens repetidas, onde se faz o mesmo questionamento diversas vezes, limitando a visualização do material escrito). Ações como estas prejudicam a dinâmica do canal e pode acarretar lentidão no servidor.
 Não usar linguagem ofensiva, grosseira, racista ou discriminatória.
 Não provocar os colegas durante as discussões ou tratar de assuntos não pertinentes ao tema.
 Manter-se concentrado nas indicações e orientações do Tutor.
 Procurar centrar-se na discussão e elaborar questões que sejam pertinentes e estejam de acordo com o tema a ser tratado.
 Ser um parceiro do Tutor procurando atender e ajudar no que for possível.
 Acompanhar aos questionamentos dos participantes, e só interfiram na discussão para acrescentar elementos que possibilite ampliação do tema, e não deslocamento para discussões paralelas que não se vinculam ao desenvolvimento do trabalho.
Recomenda-se:
 Não escreva com letras MAIÚSCULAS ( Lembre-se que caps lock é usado apenas para início de frases, caso contrário, você passa a impressão de estar BERRANDO com seus amigos).
 Não repita as suas frases (flood);
 Não faça propaganda religiosa;
 Opte sempre por frases curtas, isto ajuda na visualização da mensagem pelo grupo e para as ponderações do Tutor;
 Aproveite seu momento no Chat para ampliar seus conhecimentos e não para reduzi-los!!!

Gosto de esclarecer também que tenho certeza que muitos fatos elencados nessa lista não irão ocorrer, como ofensas e propagandas.

Passo-a-passo para o planejamento de uma sessão de chat

Durante o curso de formação de tutores que fiz ano passado, o tema "chat" também foi contemplado e tivemos as seguintes informações, importantíssimas para planejar um chat. Essas informações, na realidade, foram fundamentais pra mim, que quando comecei a atuar como tutora ainda não tinha feito o curso e, consequentemente, não realizava todos esses passos do planejamento do chat.

1º Passo

Defina com clareza os objetivos da atividade, para que não se perca o foco da discussão, uma vez que podem surgir diversos temas paralelos durante a conversação.

2º Passo

Planeje o chat para que a sessão ocorra com duração de uma hora. Bate-papos muito extensos costumam ser contraproducentes.

3º Passo

Organize sua turma em grupos de no máximo 10 alunos. Uma quantidade muito grande de participantes pode tornar a comunicação confusa, prejudicando a interação. Assim, caso seja necessário, divida a turma e realize uma sessão para cada grupo formado.

4º Passo

Prepare-se com antecedência, envie uma mensagem para os alunos informando o horário da sessão de chat, o objetivo e as regras de conduta. É importante que essas regras estabeleçam com clareza os comportamentos que viabilizarão a interação e o processo de comunicação. Oriente seus alunos a evitar discussões paralelas, que fujam aos temas discutidos.

5º Passo

Envie para os seus alunos as informações sobre a netiqueta para que todos possam agir com cortesia durante o chat. A idéia é evitar ações que prejudiquem a comunicação, como flood (repetição de frases) ou escrita em letras maiúsculas, onde se tem a impressão de que se está gritando com os demais.

6º Passo

Permaneça atento às intervenções dos alunos, promova a interação, a troca de idéias e evite que a discussão se desvie dos objetivos pretendidos. Direcione a discussão para um tema de cada vez, dividindo o tempo entre os diversos assuntos da pauta.

7º Passo

Após a sessão de bate-papo, disponibilize uma cópia da conversação em formato de texto no material de apoio do curso. Desta forma, aqueles que não puderam participar da atividade terão acesso ao conteúdo das discussões.

Observação

Apesar de ser a forma de interação que mais se assemelha a uma aula presencial, evite utilizar muitas sessões de bate-papo ao longo do curso. Neste caso, a flexibilidade de tempo e a adaptação a diferentes estilos de aprendizagens, algumas das principais vantagens da EaD, ficariam comprometidas.

domingo, 14 de novembro de 2010

Vida de Tutor

Considero a vida de tutor muito boa, de acordo com as experiências que tive até o momento. É claro que tem suas vantagens e desvantagens, como tudo na vida, e procuro sempre ser realista, pesando as coisas boas e ruins.

Vejo grandes possibilidades na EaD, na sua essência: o ensino à distância nos permite conciliar outros trabalhos, essa proposta de dar mais autonomia aos alunos é bastante válida. A distância física é superada através da internet, dessa forma, podemos nos fazer sempre presentes.

Acredito que o trabalho do tutor varie muito em função de diversas coisas: metodologia adotada pelo tutor, metodologia / conteúdo / cronograma adotados pelos professores conteudistas, disciplina ministrada, pólo, e até mesmo o "grau de maturidade" dos alunos. Por isso, volto a dizer que nenhuma disciplina é igual a outra, nem as turmas o são. Daí uma grande diferença de pontos de vista entre tutores.

A questão da autonomia dos alunos é uma realidade que ainda não foi totalmente assimilada por muitos deles. Eles ainda esperam respostas prontas, querem uma aula bem tradicional nos encontros presenciais (sobretudo na revisão) e nos chats, ao invés de discutir sobre um tema, acabam por fazer perguntas e tirar dúvidas. Se eu proponho algo diferente, eles só fazem se valer nota, pois alegam não ter tempo para outras coisas...

Gostaria muito de estimulá-los a desenvolver pesquisas, de fazer com que a realidade deles seja um pouco parecida com a dos cursos presencias, em alguns pontos, como seminários, incentivo a pesquisas e eventos culturais, etc. Mas a realidade deles deve ser respeitada: se algo desse tipo é inviável, paciência...

No mais, acredito que a vida de tutor, assim como a vida do professor, de forma geral (não vejo muita diferença entre os cargos), permite que a gente invista em atualização, nos proporciona novas experiências, conhecer novos lugares e pessoas, enfim, precisa melhorar, como muita coisa à nossa volta, mas me sinto feliz com todas as minha atuações e espero que venham outras!

Capítulo anterior

Acabei me empolgando com as turmas e esqueci de falar sobre um capítulo importante das minhas vivências, que foram os cursos de formação que fiz.

O primeiro foi o Curso de Formação de Tutores em EaD da UFC, que durou quatro meses, de agosto a dezembro de 2009. Confesso que foi bastante cansativo, devido ao fato de ser longo; no início todos participavam ativamente, depois essa frequência foi diminuindo... O segundo semestre do ano sempre é mais carregado de atividades e recheado com cobranças de todas as partes. Mas creio que tenha sido realmente proveitoso, pois foi rico em conteúdo: aprendemos desde legislação até como elaborar uma aula nos moldes em que são feitas as do SOLAR, passando pelos AVA e pelos perfis de tutores e alunos da EaD. Posso dizer, inclusive, que fiz amizades importantes lá, com Catarina e Raquel, com quem mantenho contato até hoje.

O outro curso que fiz foi aquele que capacitava tutores para atuar no concurso para professores do Estado. Esse foi em um fim de semana, no qual a gente praticamente "morou" no Liceu (só não dormíamos lá). Lá também conheci pessoas especiais, como Rita, Rosa, Elcimar, Vera...

O bom é que esse era mais voltado pra minha área de Letras, então me sentia bem à vontade. O conteúdo do módulo era bem interessante e a troca de experiências com os colegas foi bastante proveitosa!

Acho muito importante os cursos de formação, tanto que estou cursando mais um agora, o Curso de Formação Continuada de Tutores da UFC, mas esse é um capítulo sobre o qual falarei mais adiante...

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Livrai-nos de todos esses males, Pai

Apesar da música a seguir não estar relacionada ao cotidiano da EaD, as questões relatadas nela perpassam o nosso fazer, pois estamos atuando num curso de formação de professores e essa realidade é bem comum nas sociedade brasileira há muito tempo...

Estudo Errado (Gabriel O Pensador)

Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando as prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu não raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

http://www.vagalume.com.br/gabriel-pensador/estudo-errado.html#ixzz12BSYknzw

sábado, 2 de outubro de 2010

Ano novo, pólo novo, turma nova

A minha vida de tutora me mostrou ainda ser uma incógnita: de um lado, eu encantada com a EaD, de outro a impossibilidade de saber quando ou que turma eu poderia pegar. Isso me fez procurar um emprego fixo, de carteira assinada, onde eu recebesse salário mensalmente, pois tenho uma filha pra criar.

Como professora do ensino fundamental de uma grande escola de Fortaleza, não podia me dar ao luxo de passar dois dias em outra cidade e pedi ao coordenador da disciplina que me mandasse pra um pólo bem próximo da capital, onde eu pudesse ir e vir no mesmo dia.

Acabei indo parar em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana, e muito do que aconteceu comigo em Quixeramobim se repetiu: fui muito bem recebida pela tutora presencial e pelos alunos. Acabei fazendo amizade com muitos deles, que me contavam, animados, suas conquistas.

Era a primeira disciplina de literatura deles (estavam no terceiro semestre) e a minha primeira vez no pólo, tentei levá-los uma literatura importante historica e artisticamente. É certo que eles já tinham visto a "Teoria da Literatura", mas era o primeiro contato deles com as obras e "escolas" literárias.

A experiência foi muito boa e acredito que pôde proporcioná-los uma bela introdução à Literatura Portuguesa nas palavras do coordenador da disciplina, presentes em forma de carta no SOLAR.

Eis um dos vídeos que eu passei pra eles:

http://www.youtube.com/watch?v=Q_1EDSpz-fE

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ações necessárias do tutor à distância

"Acredita em anjo? Pois é, sou o seu..."

As experiências mais consistentes que tive até o momento como tutora foram as disciplinas de Literatura Portuguesa no curso de Letras da UFC. Isso limita e direciona o meu discurso, pois falo apenas daquilo que sei. Pode ser que em outros cursos e outras instituições haja outras atribuições do tutor, mas explicitarei apenas aquelas que vivenciei.

Começarei falando da parte prática: o tutor deve, inicialmente, se inteirar da disciplina: o conteúdo, as datas das atividades, formas de avaliação, número de fóruns, portfólios e chats (bem como o assunto dos mesmos) e até mesmo dos alunos, se possível (quantidade, nome, etc.).

Em seguida, devemos nos informar também acerca do pólo para o qual iremos, condições de estrada, transportes, locais de hospedagem e de realização dos encontros presenciais, clima, enfim, tudo aquilo que é relativo aos preparativos da viagem. É muito importante ressaltar a importância de fazer um contato prévio com o tutor presencial, pois é fundamental que atuemos em conjunto. Cabe ao tutor presencial, disponibilizar material didático como datashow, computador, retroprojetor, etc. e cabe ao tutor à distância solicitá-lo com, pelo menos, sete dias de antecedência.

Como qualquer professor, devemos preparar nossos encontros presenciais, com material diversificado. No primeiro contato com os alunos, gosto de levar informações gerais sobre a disciplina (ementa, objetivos, conteúdos, datas importantes, temas dos portfólios, fóruns e chats, critérios de avaliação, etc.), além de definir as datas e horários dos chats, bem como divisão de grupos (caso haja algum portfólio em equipe). Também gosto de levar algum video motivacional, ou música que esteja relacionada com a disciplina ou a EaD. Nesse momento, aproveito para me colocar na posição de amiga dos cursistas, mas peço a colaboração deles em relação a prazos para entregas dos trabalhos.

Durante a disciplina, cada um a seu modo, os tutores devem tentar minimizar a distância física e aumentar a proximidade, virtualmente falando, ou seja, não deixar que os alunos se sintam sozinhos. Eu, particularmente, costumo mandar mensagens aos alunos no ínicio de cada semana, com todas as informações daquele período, tais como: tema da aula, fórum (com data do início e do término), chat (com dia e hora), portfólio, etc. No fim das mensagens, sempre me coloco à disposição deles, para eventuais esclarecimentos. Um ou dois dias antes do término de uma atividades, mando mensagem para aqueles que ainda não participaram, incentivando-os a fazê-lo.

A linguagem utilizada pelo tutor é um ponto que deve ser visto com cuidado, pois não pode ser muito fria, distante do aluno, nem rígida, dura demais. Em contrapartida, não devemos ter "intimidades", mantendo uma postura séria, que não dê margens a mal entendidos. É importante usar palavras amenas, como "atenciosamente, "cordialmente", "um abraço a todos" , ou algo do tipo. As palavras também são importante instrumento na motivação dos alunos, podendo também, se usadas incorretamente, desencorajá-los.

Nos fóruns e chats, nossa missão é mediar as interações dos alunos, estimulando aqueles que ainda não se manifestaram a dar sua opinião, incentivando o diálogo entre eles, reforçando as "boas maneiras" no ambiente virtual, corrigindo delicadamente uma colocação que não esteja correta, ou mesmo pedindo para que eles revejam aquela informação, solicitando que os alunos escrevam com suas palavras aquilo que eles pesquisaram em livros ou sites, zelando para que eles não desviem o assunto, respondendo dúvidas que possam surgir...

Já em relação aos portfólios, minha opinião é que devemos ser criteriosos ao avaliar, explicando para os alunos os conceitos de "autoria" e "plágio". Essas questões devem ser abordadas desde o primeiro contato com eles, mostrando a importância da pesquisa fundamentada em referências bibliográficas aliada às ideias e reflexões deles acerca de um texto ou de um outro tema qualquer.

Essencial para a prática da tutoria, a meu ver, é dar, sempre que possível, um retorno aos alunos, no que diz respeito não apenas às duvidas e questionamentos deles, mas também ao seu desempenho, como notas e cometários sobre avaliações. Isso confere credibilidade ao seu trabalho, tanto com os alunos como com os coordenadores. Aliás, o diálogo com estes também é fundamental para o exercício da tutoria.

No mais, as ações dos tutores não diferem muito das ações dos professores que estão em sala de aula presencial: nós temos que ministrar aulas, aplicar provas, corrigir exercícios e avaliações, estimular e mediar discussões, propor reflexões e críticas aos alunos, incentivar o diálogo, motivar aqueles alunos que por quaisquer motivos não estão participando como deveriam, além de, muitas vezes "ouvir" queixas, consolar aqueles que estão passando por algum problema ou dificuldade, aplaudir boas atitudes/ interações, chamar atenção (com jeitinho) daqueles que não estão contribuindo muito. Muitas vezes, somos o anjo da guarda dos nossos alunos, lembrando das atividades, tirando uma dúvida, não deixando que eles se percam ao longo do difícil caminho da educação à distância...

Enfim, é muito bonito e altruísta.

E eu me orgulho de fazer tudo isso. Ou, pelo menos, eu tento!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Didática em Língua Portuguesa


Nós passamos um fim de semana inteiro juntos numa sala de aula!!! Esses guerreiros agora se preparam para mais uma batalha: dar aulas nas escolas estaduais!

Literatura Portuguesa IV


Mesmos alunos, outra turma...


Essa foi a turma de Literatura Portuguesa III

A primeira turma

Minha primeira experiência como tutora foi algo inesquecível. Primeiro, por que eu não tinha a menor ideia do que era ser tutora. Não fui preparada para isso. O coordenador assistiu a uma aula minha, e, ao término, perguntou: você quer ser tutora? E eu disse sim.
Aos poucos, fui fazendo, meio que por intuição, a minha prática docente. Tentei fazer mais ou menos como numa sala de aula presencial, mas desta vez, lidando com adultos.
O primeiro contato com os alunos me mostrou mais ou menos que desafios eu teria pela frente: a falta de tempo, de recursos, a internet que não ajudava. Eu queria fazer tudo bem certinho e acabava exigindo um pouco dos meus alunos.
O melhor de tudo, na minha opinião, foi o calor humano. Nunca pensei que em um curso à distância houvesse tanta proximidade. Nos encontros presenciais, que eles valorizavam muito, era sempre tratada com muito carinho e respeito, e os alunos queriam uma aula convencional; nas provas, eles não abriam mão da pesquisa, a contragosto meu.
Ao longo da disciplina fui pegando o jeito e imprimindo a minha marca: tratando todos com carinho e mostrando que eu estava sempre por perto para o que eles precisassem.
Depois da primeira turma, finalmente fiz o curso de formação de tutores, que recomendo para todos aqueles que desejam atuar na área, pois ele me mostrou que minha intuição estava certa e que eu acertava, mesmo sem saber, em muito do que eu fazia. O curso também me norteou em direção ao chat, e até mesmo em como preparar material didático para as aulas do SOLAR. Foi tudo enriquecedor. E eu já me sentia muito mais segura para as próximas turmas que eu assumiria a seguir.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mais uma foto interagindo com os cursistas



Esqueci de dizer: a disciplina era Introdução à Educação a Distância e ao Uso do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

Outra do pessoal da Seduc - Turma 23



Posando com as meninas.

Turma do concurso da Seduc



Foi uma turma desafiadora para mim, pessoas da Física, Geografia, Biologia e Educação Física. Creio que aprendi bastante com eles também!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Turma de Quixeramobim


Minha primeira turma da UFC... que saudades!!!

Turma de São Gonçalo do Amarante


Minha turma da UFC mais recente.

HABILIDADES PESSOAIS E REQUISITOS TECNOLOGICOS DO ALUNO VIRTUAL

A literatura da área tem tentado traçar um perfil do aluno de EaD, com o interesse de orientar os gestores de programas da área na elaboração de cursos cada vez mais adequados à realidade do seu público-alvo (Belloni, 2001; Palloff; Pratt, 2004; Moore; Kearsley, 2007).
Observando as considerações dos autores, percebemos uma sensível mudança desse perfil ao longo do tempo, em função das demandas que a sociedade contemporânea impõe aos seus integrantes. A necessidade de atualização profissional constante, de se construir carreiras múltiplas, considerando limitações de tempo e deslocamento, tem contribuído para que a EaD alcance um público cada vez maior e, até recentemente, muito distante dos seus celeiros.
PRIMEIROS ALUNOS DA EAD Pessoas que não tinham acesso à educação convencional por questões geográficas, econômicas ou sociais (mulheres, aposentados, agricultores, presos, militares em missões de guerra etc.).
ALUNOS DA ATUALIDADE
- Trabalhadores, atuantes na sociedade;
- Têm necessidade de atualização profissional;
- Não dispõem de muito tempo para frequentar aulas presenciais;
- Alguns têm dificuldade de acesso aos grandes centros urbanos.
Assim, as motivações para se participar de um curso a distância são as mais diversas possíveis, e diferentes daquelas que nortearam os alunos das décadas passadas. Como você pode observar na tabela anterior, muitas pessoas que desejam se atualizar profissionalmente, mas não dispõem de tempo para frequentar cursos em horários convencionais, procuram a EaD como alternativa.
Extraímos de Palloff e Pratt (2004), Borba et al (2007) e Moore e Kearsley (2007) algumas habilidades pessoais e requisitos tecnológicos que deverão compor sua “pasta de trabalho” para um desenvolvimento satisfatório dos seus conhecimentos no contexto de um curso a distância.

HABILIDADES PESSOAIS

Ao adentrar em um cenário educacional como este, alguns estudantes conseguem manter-se motivados, prosseguindo seus estudos com facilidade. Outros não! Em geral, a distância física do professor, dos colegas e a própria flexibilidade de horário, dificultam sua adaptação, especialmente pelo fato de estarem marcados por experiências educacionais presenciais.
Desse modo, os cursos a distância precisam ser organizados de forma a incentivar constantemente o interesse do aluno de EaD, a partir de agora referenciado como aluno virtual, parafraseando Palloff e Pratt (2004). Os materiais didáticos devem ser voltados para a realidade pessoal e profissional do aluno, contando com a mediação de um tutor ativo e competente, que incentive constantemente o engajamento de todo o grupo. Essas premissas contribuem para que o aluno virtual construa uma trajetória de aprendizagem bastante significativa.
Entretanto, existem questões que envolvem decisões pessoais e que não dependem da organização do curso em si.
Dentre as principais habilidades pessoais que você será convidado constantemente a desenvolver, destacamos:

- A auto-motivação
- A capacidade de adaptação a novas situações
- Organização de tempo e disciplina
- Saber se comunicar de forma escrita

REQUISITOS TECNOLÓGICOS
- ACESSO À INTERNET: O primeiro requisito de ordem tecnológica é ter acesso a um computador conectado a Internet, com uma largura de banda compatível com o manuseio de diferentes mídias: textos, imagens e vídeos.
A questão do acesso às tecnologias é um tanto polêmica (Horta, 2007; Silva et al, 2004), especialmente quando o tema é Educação a Distância. Considerando que o formato predominante da EaD na atualidade é a EaD Online, o acesso regular às TIC é de fundamental importância para o bom acompanhamento de cursos nesta modalidade.
- TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA DE APOIO: De posse da tecnologia, o aluno virtual precisará agora compreender o seu manuseio, não como o foco principal de sua formação, mas para usá-la como uma ferramenta de apoio, importante ao seu aprendizado. É preciso conhecer as ferramentas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), como também suas limitações, para que possa utilizar alternativas que ampliem suas possibilidades educativas.
Entre as ferramentas do AVA mais importantes a serem manuseadas pelo aluno virtual, destacamos as ferramentas de comunicação (fórum, chat, e-mail), pois esses são os recursos que aproximam os alunos virtuais do seu tutor. Tais recursos abrem canais de comunicação indispensáveis à construção coletiva do conhecimento.
HABILIDADES EDUCACIONAIS DO ALUNO VIRTUAL
A primeira habilidade que desejamos ressaltar neste tópico é sua autonomia como estudante de EaD. Isso significa que você é o principal responsável pelos percursos de aprendizagem que irá implementar durante o curso a distância. Essa responsabilidade primeira do aluno virtual não extingue a necessidade de termos um curso bem elaborado, com materiais didáticos de qualidade e tutores ativos, que colaborem com os avanços cognitivos dos alunos. Contudo, o desenvolvimento da autonomia se faz necessário pela própria natureza da EaD, uma modalidade educacional que congrega pessoas, distantes fisicamente, em ambientes virtuais repletos de possibilidades e recursos pedagógicos e tecnológicos.
Freire (2007) critica a concepção de educação baseada na transferência de conhecimentos (educação bancária), e argumenta em favor de uma educação dialógica, com uma visão libertadora, responsável pelo desenvolvimento da autonomia nos educandos. Estes devem ser sujeitos ativos, interessados em compreender o mundo que os cerca para nele agir, construindo seus conhecimentos de acordo com suas demandas.

Autora: Profa. Ms. Priscila Barros David
Colaboradores: Prof. Dr. José Aires de Castro Filho e Profa. Ms. Alisandra Cavalcante Fernandes