sábado, 13 de fevereiro de 2010

HABILIDADES PESSOAIS E REQUISITOS TECNOLOGICOS DO ALUNO VIRTUAL

A literatura da área tem tentado traçar um perfil do aluno de EaD, com o interesse de orientar os gestores de programas da área na elaboração de cursos cada vez mais adequados à realidade do seu público-alvo (Belloni, 2001; Palloff; Pratt, 2004; Moore; Kearsley, 2007).
Observando as considerações dos autores, percebemos uma sensível mudança desse perfil ao longo do tempo, em função das demandas que a sociedade contemporânea impõe aos seus integrantes. A necessidade de atualização profissional constante, de se construir carreiras múltiplas, considerando limitações de tempo e deslocamento, tem contribuído para que a EaD alcance um público cada vez maior e, até recentemente, muito distante dos seus celeiros.
PRIMEIROS ALUNOS DA EAD Pessoas que não tinham acesso à educação convencional por questões geográficas, econômicas ou sociais (mulheres, aposentados, agricultores, presos, militares em missões de guerra etc.).
ALUNOS DA ATUALIDADE
- Trabalhadores, atuantes na sociedade;
- Têm necessidade de atualização profissional;
- Não dispõem de muito tempo para frequentar aulas presenciais;
- Alguns têm dificuldade de acesso aos grandes centros urbanos.
Assim, as motivações para se participar de um curso a distância são as mais diversas possíveis, e diferentes daquelas que nortearam os alunos das décadas passadas. Como você pode observar na tabela anterior, muitas pessoas que desejam se atualizar profissionalmente, mas não dispõem de tempo para frequentar cursos em horários convencionais, procuram a EaD como alternativa.
Extraímos de Palloff e Pratt (2004), Borba et al (2007) e Moore e Kearsley (2007) algumas habilidades pessoais e requisitos tecnológicos que deverão compor sua “pasta de trabalho” para um desenvolvimento satisfatório dos seus conhecimentos no contexto de um curso a distância.

HABILIDADES PESSOAIS

Ao adentrar em um cenário educacional como este, alguns estudantes conseguem manter-se motivados, prosseguindo seus estudos com facilidade. Outros não! Em geral, a distância física do professor, dos colegas e a própria flexibilidade de horário, dificultam sua adaptação, especialmente pelo fato de estarem marcados por experiências educacionais presenciais.
Desse modo, os cursos a distância precisam ser organizados de forma a incentivar constantemente o interesse do aluno de EaD, a partir de agora referenciado como aluno virtual, parafraseando Palloff e Pratt (2004). Os materiais didáticos devem ser voltados para a realidade pessoal e profissional do aluno, contando com a mediação de um tutor ativo e competente, que incentive constantemente o engajamento de todo o grupo. Essas premissas contribuem para que o aluno virtual construa uma trajetória de aprendizagem bastante significativa.
Entretanto, existem questões que envolvem decisões pessoais e que não dependem da organização do curso em si.
Dentre as principais habilidades pessoais que você será convidado constantemente a desenvolver, destacamos:

- A auto-motivação
- A capacidade de adaptação a novas situações
- Organização de tempo e disciplina
- Saber se comunicar de forma escrita

REQUISITOS TECNOLÓGICOS
- ACESSO À INTERNET: O primeiro requisito de ordem tecnológica é ter acesso a um computador conectado a Internet, com uma largura de banda compatível com o manuseio de diferentes mídias: textos, imagens e vídeos.
A questão do acesso às tecnologias é um tanto polêmica (Horta, 2007; Silva et al, 2004), especialmente quando o tema é Educação a Distância. Considerando que o formato predominante da EaD na atualidade é a EaD Online, o acesso regular às TIC é de fundamental importância para o bom acompanhamento de cursos nesta modalidade.
- TECNOLOGIA COMO FERRAMENTA DE APOIO: De posse da tecnologia, o aluno virtual precisará agora compreender o seu manuseio, não como o foco principal de sua formação, mas para usá-la como uma ferramenta de apoio, importante ao seu aprendizado. É preciso conhecer as ferramentas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), como também suas limitações, para que possa utilizar alternativas que ampliem suas possibilidades educativas.
Entre as ferramentas do AVA mais importantes a serem manuseadas pelo aluno virtual, destacamos as ferramentas de comunicação (fórum, chat, e-mail), pois esses são os recursos que aproximam os alunos virtuais do seu tutor. Tais recursos abrem canais de comunicação indispensáveis à construção coletiva do conhecimento.
HABILIDADES EDUCACIONAIS DO ALUNO VIRTUAL
A primeira habilidade que desejamos ressaltar neste tópico é sua autonomia como estudante de EaD. Isso significa que você é o principal responsável pelos percursos de aprendizagem que irá implementar durante o curso a distância. Essa responsabilidade primeira do aluno virtual não extingue a necessidade de termos um curso bem elaborado, com materiais didáticos de qualidade e tutores ativos, que colaborem com os avanços cognitivos dos alunos. Contudo, o desenvolvimento da autonomia se faz necessário pela própria natureza da EaD, uma modalidade educacional que congrega pessoas, distantes fisicamente, em ambientes virtuais repletos de possibilidades e recursos pedagógicos e tecnológicos.
Freire (2007) critica a concepção de educação baseada na transferência de conhecimentos (educação bancária), e argumenta em favor de uma educação dialógica, com uma visão libertadora, responsável pelo desenvolvimento da autonomia nos educandos. Estes devem ser sujeitos ativos, interessados em compreender o mundo que os cerca para nele agir, construindo seus conhecimentos de acordo com suas demandas.

Autora: Profa. Ms. Priscila Barros David
Colaboradores: Prof. Dr. José Aires de Castro Filho e Profa. Ms. Alisandra Cavalcante Fernandes

Um comentário:

  1. Cara Profa.

    Como a Sra. bem pontuou, são necessários recursos variados para que um curso acadêmico tenha um rendimento satisfatório. Vou além; os autores 9e não atores) do referido curso que postula algum grau de excelência devem ser profissionais muito bem capacitados que possam ao menos diminuir o problema da evasão de alunos, possuir um acurado 'feeling' no sentido de descobrir o potencial e as expectativas de seus aprendizes (andragogicamente falando) e aplicar esse conhecimento no aumento do interesse e bem estar do aluno em uma atividade de chat ou fórum, etc.

    Saudações

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